Se eu tiver uma hérnia de disco, vou precisar de cirurgia?

Hérnia de disco ocorre quando uma parte interna do disco intervertebral, cartilagem que fica entre as vértebras, sai através de sua camada externa. Existe geralmente dor tanto pela lesão e suas repercussões mecânicas como também dor por alterações químicas e inflamatórias consequentes. Na região lombar, é frequente o paciente referir uma crise que iniciou com dor lombar e posteriormente irradiou para glúteo e/ou membro inferior, embora existam hérnias que não evoluem com dor irradiada associada.

Atualmente além de exame físico bem feito e de uma boa entrevista / anamnese, a ressonância magnética e uma radiografia simples são as principais ferramentas para confirmar o diagnóstico. Estes exames de imagem tem a intenção de descartar outras patologias que possam confundir examinador e paciente, mostrar o grau da lesão e auxiliar a estabelecer uma conduta e cronograma de tratamento.

Costumo dizer que na emoção nada se decide. Na primeira semana, a menos que exista importante deficit neurológico, testes de compressão neural exageradamente positivos ou uma hérnia muito volumosa, é iniciado tratamento conservador. Considero a partir do início das terapias e medicamentos, cinco fatores fundamentais para monitorar a evolução. São eles:

  1. tempo de evolução dos sintomas especialmente da dor irradiada (meses);
  2. tamanho e posição da hérnia;
  3. grau de repercussão neurológica (perda de força ou sensibilidade);
  4. teste do estiramento (ciático ou femoral);
  5. perfil do paciente (idade, comorbidades, etc.).

Vamos para um exemplo:

Dois pacientes com hérnias muito parecidas, hérnia de disco L4L5 extrusa posterolateral direita, dor lombar inicial de forte intensidade e dor irradiada para membro inferior ao longo do trajeto do nervo comprimido pela lesão. Um dos pacientes por volta da quarta semana já está sem dor irradiada para perna, embora ainda apresente desconforto glúteo e lombar baixo. O outro paciente segue com testes de compressão positivos (Lasegue, elevação da perna), perda de sensibilidade e força para raiz de L5 e sem melhora significativa do desconforto. Impressão: o primeiro paciente parece estar tendo uma ótima evolução, já o segundo não. É cedo para chegar a uma conclusão? O que isto significa?

Hérnia de disco ocorre quando uma parte interna do disco intervertebral, cartilagem que fica entre as vértebras, sai através de sua camada externa. Existe geralmente dor tanto pela lesão e suas repercussões mecânicas como também dor por alterações químicas e inflamatórias consequentes. Na região lombar, é frequente o paciente referir uma crise que iniciou com dor lombar e posteriormente irradiou para glúteo e/ou membro inferior, embora existam hérnias que não evoluem com dor irradiada associada.

Atualmente além de exame físico bem feito e de uma boa entrevista / anamnese, a ressonância magnética e uma radiografia simples são as principais ferramentas para confirmar o diagnóstico. Estes exames de imagem tem a intenção de descartar outras patologias que possam confundir examinador e paciente, mostrar o grau da lesão e auxiliar a estabelecer uma conduta e cronograma de tratamento.

Costumo dizer que na emoção nada se decide. Na primeira semana, a menos que exista importante deficit neurológico, testes de compressão neural exageradamente positivos ou uma hérnia muito volumosa, é iniciado tratamento conservador. Considero a partir do início das terapias e medicamentos, cinco fatores fundamentais para monitorar a evolução. São eles:

  1. tempo de evolução dos sintomas especialmente da dor irradiada (meses);
  2. tamanho e posição da hérnia;
  3. grau de repercussão neurológica (perda de força ou sensibilidade);
  4. teste do estiramento (ciático ou femoral);
  5. perfil do paciente (idade, comorbidades, etc.).

Vamos para um exemplo:

Dois pacientes com hérnias muito parecidas, hérnia de disco L4L5 extrusa posterolateral direita, dor lombar inicial de forte intensidade e dor irradiada para membro inferior ao longo do trajeto do nervo comprimido pela lesão. Um dos pacientes por volta da quarta semana já está sem dor irradiada para perna, embora ainda apresente desconforto glúteo e lombar baixo. O outro paciente segue com testes de compressão positivos (Lasegue, elevação da perna), perda de sensibilidade e força para raiz de L5 e sem melhora significativa do desconforto. Impressão: o primeiro paciente parece estar tendo uma ótima evolução, já o segundo não. É cedo para chegar a uma conclusão? O que isto significa?

Os exemplos são situações hipotéticas, não é tão simples assim. O que é importante saber, é que após algumas semanas ou meses sem melhora dos sintomas, ou até mesmo antes disso em casos de dor insuportável e quando não vão bem os 4 primeiros fatores fundamentais – situações que representam a minoria dos casos – o cirurgião deve ser procurado para discutir a possibilidade de outros métodos de tratamentos. Existem diversas técnicas hoje mais seguras, entre elas bloqueio epidural, discectomia percutânea, discectomia por vídeo, microdiscectomia tradicional, hoje realizada através de incisões de 2-3 cm, e somente para situações mais graves, as cirurgias com implantes e materiais.

Apesar de existirem diversos estudos, como o recente e muito bom “The probability of spontaneous regression of lumbar herniated disc: a systematic review”, publicado em 2014 na revista Clinical Rehabilitation, os casos são muito individuais. Não se pode achar que pesquisas realizadas com amostras grandes e metodologia adequada selecionaram pacientes e lesões exatamente iguais. As pessoas não são iguais.

Na permanência dos sintomas discuta com os profissionais de confiança que estão lhe atendendo. É muito saudável quando a há uma equipe que trabalha junto em prol do paciente.

Dr. Gustavo Carriço CRM-SC 9237 / RQE 5751

Ortopedia e Traumatologia – Cirurgia de Coluna Vertebral

 

Autor

Dr. Carriço