Se você esteve envolvido em alguma queda, acidente automobilístico ou situação similar, fique atento se existe dor persistente em sua coluna. Acidentes de alta energia frequentemente provocam lesões na coluna, tanto óssea, ligamentar ou neurológica. Principalmente para pacientes que ficaram alguns dias na UTI, e foi difícil realizar exames de imagem, ou para pacientes que tiveram alguma alteração de consciência na ocasião do trauma e não puderam relatar sintomas de dores na região da coluna, não é infrequente o diagnóstico de fraturas na coluna passar despercebido. É importante compreender que o foco inicial do tratamento de pacientes acidentados é dado no sentido de preservação da vida, vias aéreas, pulmão, coração e cabeça, portanto as lesões ósseas podem ficar em segundo plano.
As lesões traumáticas da coluna basicamente se dividem em lesões maiores e lesões menores.
- Fraturas do corpo das vértebras, luxações (deslocamento) entre as vértebras, lesões medulares (completas e incompletas) são consideradas lesões maiores e portanto potencialmente sérias, não só pelo seu impacto negativo em caso de não receberam o tratamento adequado, mas principalmente pela possibilidade de evoluírem com dor.
- As fraturas dos processos transversos das vértebras, fraturas sem desvio de processo espinhoso (sem lesão ligamentar associada), lesões musculares, fraturas do cóccix ou situações de trauma que pioraram ou tornaram sintomáticas lesões degenerativas pré-existentes são consideradas lesões menores, embora ainda importantes.
Se você esteve envolvido em algum acidente, e apresenta sintomas de dor cervical, dor nas costas na região dorsal ou lombar, e principalmente se estes sintomas persistem por mais de um mês, ou se estão associados a sintomas de irradiação para as pernas, dormência ou fraqueza você deve passar por uma avaliação médica. Certamente serão encaminhados após completa entrevista e exame físico, alguns exames de imagem (rx, tomografia e ressonância magnética) para que seja definido o diagnóstico.
Sobre as lesões neurológicas periféricas e medulares, é importante destacar que existem síndromes medulares incompletas que não são de conhecimento de todos , como a síndrome central da medular, a síndrome de Brown-Sequard, e portanto não se contente em achar que não mexer alguma parte do seu corpo é normal. O mais correto é passar por uma avaliação especializada, e definir se tal déficit trata-se de algo normal do trauma ou se faz parte de uma lesão.
As lesões traumáticas são facilmente tratadas na chamada fase aguda, nos primeiros 14 dias, mas se tornam de mais difícil resolução após este período.
Dr. Gustavo Carriço tem trabalhos publicados principalmente sobre as fraturas da coluna toraco-lombar e desenvolveu técnica de fixação para as lesões específicas da transição toraco-lombar, chamada de 2 acima e 1 abaixo.
Especialista de coluna em Florianópolis / Santa Catarina
Hospital Baía Sul, Florianópolis/SC