Se um ou dois discos na coluna cervical estão lesionados de maneira importante, e os pacientes estão sofrendo de dores no pescoço e principalmente dores ao longos dos braços devido a compressão neurológica por hérnia de disco, pode haver indicação de um procedimento cirúrgico com colocação de prótese de disco, realizada através da retirada do disco envolvido e colocação de um novo, artificial, sem perda do movimento no segmento envolvido.
Este procedimento é muito similar a tradicional cirurgia de artrodese cervical anterior com discectomia. A diferença principal reside no fato de a prótese preservar o movimento no segmento envolvido, diferente da artrodese que promove fusão e perda do movimento. Há portanto alguns critérios que devem ser seguidos para que o paciente seja candidato a uma prótese de disco cervical, entre eles a preservação da altura discal, ausência de artrose facetária e ausência de osteófitos, fatores que impossibilitam adequado encaixe da prótese. A cirurgia de artroplastia discal ou prótese de disco também é realizada através de abordagem anterior no pescoço, da mesma maneira que na cirurgia de artrodese. Sua vantagem teórica, é que não promove sobrecarga nos níveis adjacentes, portanto diminuindo o risco de ocorrer hérnia em outros níveis que não o operado (doença do disco adjacente, DDA). Além disso não há necessidade de retirada de enxerto ósseo, realizada através de pequeno acesso na crista ilíaca. E também não há necessidade de uso de colar cervical no pós-operatório, o paciente já está liberado para mover livremente o pescoço logo após o procedimento, embora não estejam liberado esforço físico por 6-8 semanas.
Quais são os riscos?
Riscos a curto prazo:
- Lesão medular ou de raízes nervosas, evento raríssimos, cada vez mais infrequentes devido ao auxílio da monitorização neurológica trans-operatória realizada por neurofisiologistas;
- Sangramento no pescoço, e região de traquéia, esôfago ou outras estruturas. Tal evento pode ser minimizado com a colocação de drenos próximo a ferida operatória que permanecem por 24-48 horas;
- Lesão do nervo laringeo recorrente, localizado entre o esôfago e a traquéia, estrutura que pode sofrer irritação por manipulação grosseira.
- Riscos de anestesia, infecção ou riscos relacionados a processos alérgicos compreendem 1%.
Riscos a longo prazo:
- Envolvem soltura do implante (evento que muito raramente acontece na cirurgia de artrodese) e anquilose (fusão natural) entre as vértebras abordadas. A primeira pode justificar inclusive novo procedimento cirúrgico.
Dr. Gustavo Carriço, especialista de coluna em Florianópolis, realiza as cirurgia de artrodese cervical anterior e prótese cervical com segurança há cerca de 10 anos. Não houve nenhuma complicação neurológica nem cirurgia de revisão para os procedimentos realizados em coluna cervical.