A degeneração da coluna não é uma doença, mas sim um acontecimento normal, e faz parte do processo de envelhecimento. Todas as pessoas na faixa dos 40-50 anos, mesmo as que nunca tiveram sintomas, já apresentam sinais de degeneração, que na verdade começaram a aparecer bem mais cedo, praticamente no início da idade adulta, como processo natural evolutivo das articulações da coluna (facetas articulares e o disco intervertebral). Portanto não se assuste com tantas palavras estranhas no seu exame de ressonância magnética.
A maioria das pessoas que sentem alguma dor ou desconforto mais persistente podem contudo ter algum desgaste mais sério. Indivíduos que apresentam quadros com sintomas muito intensos e desconfortáveis, marcados por dor significativa e incapacidade inclusive para realizar suas atividades diárias costumam ter a chamada degeneração sintomática, que necessitam tratamento específico, preferencialmente com um médico especialista de coluna e um fisioterapeuta.
O estágio inicial de desgaste no disco é a chamada protusão discal. Há a possibilidade de regressão espontânea desta lesão com trabalho postural principalmente, e alívio das dores, mas pode haver piora do quadro, felizmente numa minoria dos pacientes, mas aí sim para lesões mais sérias no disco, com a hérnia discal (figura abaixo).
Para estas lesões mais avançadas além do tratamento conservador ou não cirúrgico, como a fisioterapia, que deve ser indicado na maioria dos casos, existem atualmente técnicas de tratamento cirúrgico que quando necessárias se dividem em cinco categorias.
Fique tranquilo, os procedimentos abaixo listados são reservados para uma minoria dos pacientes, que apresentam sintomas de forte intensidade e principalmente relacionados a alterações neurológicas (dor irradiada para as pernas).
1. Cirurgias descompressivas: aberta com lupa, com microscópio ou com endoscópio.
2. Técnicas descompressivas percutâneas: infiltração intra-discal, nucleotomia aspirativa, nucleoplastia, epiduroscopia, terapia intra-discal por radiofrequência, bloqueio epidural com medicamentos, denegação facetária, etc.
3. Artrodese: fusão intervertebral, eficaz para instabilidade comprovada ou dor lombar resistente ao tratamento conservador principalmente se associada a compressão neurológica
4. Estabilização dinâmica: Wallis, Coflex, Cosmic, InSpace, X-Stop, ligamentoplastia de Graf, Dynesis, etc.
5. Próteses discais ou artroplastia discal.
Idealmente o tratamento ou técnica indicada deve ser discutida entre o paciente, familiares e o especialista de coluna.
Dr. Gustavo Carriço, especialista e cirurgião de coluna desde 2006, atua em Florianópolis, Santa Catarina, dedicando-se atualmente ao estudo e realização das técnicas cirúrgicas menos invasivas.