A posição da hérnia faz toda a diferença

Muitas pessoas são diagnosticadas com hérnia de disco durante suas vidas. Isso pode acontecer em qualquer região da coluna e geralmente trata-se de um evento agudo.

Uma hérnia de disco ocorre quando a parte externa do disco intervertebral, chamada de anel fibroso, é rompida e o material do interior do disco extravasa através desta lesão. Há também liberação de substâncias químicas irritantes na área. Se além da dor na região, houver dormência ou formigamento nas regiões glútea, posterior de coxa ou perna, um nervo pode estar sendo comprimido. Geralmente a ressonância magnética nos dá a certeza do diagnóstico.
Quando a hérnia ocorre na coluna cervical, os sintomas mais comuns de compressão de uma raiz nervosa são dor de forte intensidade tanto na coluna como ao longo do braço, podendo chegar até a mão, e fraqueza e/ou dormência em uma das mãos. Para casos menos frequentes de hérnias grandes centrais pode haver compressão da medula espinhal, e aqui uma peculiaridade, o paciente evolui com perda da força nos membros e pode não ter tanta dor.

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Se os sintomas são na região lombar, para hérnias póstero-laterais pode haver além da dor na região lombar, dor e formigamento ao longo da perna, sintoma chamado de ciática. Se a hérnia é central, podem haver poucos sintomas, a menos que o fragmento da hérnia seja muito grande. Muda muito também se um fragmento grande estiver presente nos níveis mais baixos da região lombar L5S1 ou se mais alto L3L4, onde a proporção estruturas neurais versus canal é diferente. Hérnias de disco grandes em níveis mais altos estão mais relacionadas a compressões neurológicas significativas, entre elas a síndrome da cauda equina.

Muito cuidado com explicações padrão não individualizadas e condutas acerca do laudo e não das imagens da lesão. É muito comum os pacientes iniciarem programas de reabilitação não dando importância a localização da hérnia, se ela é ou não migrada, se é uma hérnia contida ou extrusa, se existe instabilidade segmentar ou não, entre outros fatores.

A conversa com um especialista pode esclarecer detalhes importantes que auxiliam com que o paciente monte um cronograma e saia com prognóstico específico para seu caso. Apesar da crise inicial ser muito desconfortável, felizmente é comum o paciente com hérnia discal ter em seguida uma segunda fase com dores intermitentes (período de altos e baixos) e futuramente experimentar o que se chama de fase de estabilização (período de poucos sintomas).

Converse com seu médico e busque esclarecimentos e orientação;

Gustavo Carriço de Oliveira

CRM/SC 9237 – Florianópolis/Santa Catarina

Cirurgia minimamente invasiva de coluna – treinamento XLIF – OLIF – LLIF

 

Autor

Dr. Carriço